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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

IDENTIFICAR DÉFICIT DE ATENÇÃO É DESAFIO PARA PAIS E PROFESSORES


 ATÉ QUE PONTO O PROFESSOR ESTÁ PREPARADO PARA MAIS ESTE DESAFIO?

A pedagoga especialista em orientação educacional Maria Cristina Bromberg defende que os professores são as pessoas mais capacitadas para identificar o problema em um estudante
As notas começaram a baixar quando o pequeno Lucas estava na terceira série. Cada vez mais, o menino mostrava comportamento agitado durante as aulas e dificuldade de compreender o conteúdo que a professora ensinava. A escola alertou o pai, que procurou tratamento. Depois de alguns testes, o diagnóstico: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 6% das crianças em fase escolar são diagnosticadas com TDAH. Para o psicólogo Fernando Elias José, trata-se de um dos problemas que mais interfere no estudo de crianças e adolescentes atualmente. A síndrome é caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade. Entre os principais sintomas percebidos em ambiente escolar estão a falta de atenção, cometer frequentemente erros por descuido, não seguir instruções, dificuldade de organização e perda constante de materiais necessários para as tarefas e atividades diárias. "O paciente que apresenta impulsividade costuma realizar brincadeiras inadequadas que podem atrapalhar a turma inteira", afirma Elias José.
Para a pedagoga Maria Cristina, mestre em distúrbios do desenvolvimento, é papel da escola procurar esclarecer as causas dos problemas.
"A primeira avaliação deve ser feita por um grupo interno; depois, as preocupações são transmitidas aos pais, mostrando-se opções para um diagnóstico correto, que pede a avaliação de profissionais de outras áreas. Uma vez determinado o problema, pais, professores e terapeutas planejam juntos as estratégias e intervenções a serem implementadas", defende a especialista.
Porém, Elias José alerta para o fato de que a maioria dos professores não está preparada para reconhecer a desatenção como um problema. "Todas as crianças são inquietas, mas aquelas com TDAH são extremamente inquietas e desatentas", diz, completando que não é difícil detectar os alunos com déficit de atenção.
"São aqueles que estão sempre com notas baixas, sempre sem material escolar, constantemente atrapalhando a aula por hiperatividade. O problema é que a primeira reação dos educadores é considerar essa criança simplesmente mal educada", diz.
O psicólogo Elias José defende o tratamento diferenciado para os estudantes com déficit de atenção. "Se a síndrome foi diagnosticada e comprovada, não vejo motivo para que os professores não ajudem essa criança", defende, afirmando que aulas de reforço extraclasse e mais tempo para a realização de uma prova são algumas das atitudes recomendadas.
A pedagoga Maria Cristina ainda afirma que um estudante com TDAH leva de três a quatro vezes mais tempo para fazer uma lição de casa do que seus colegas.
Por este motivo, nos Estados Unidos é regulamentada por lei a obrigatoriedade de uma instituição de ensino fornecer um professor a mais para acompanhar uma criança com déficit de atenção. No Brasil, existe um projeto de lei referente ao tema que tramita na Câmara desde 2008.
Pelo projeto do Senado 402/08, o poder público deve manter programa de diagnóstico e de tratamento para estudantes da educação básica com dislexia e TDAH. Isso seria feito por meio de uma equipe multidisciplinar, com a participação de educadores, psicólogos, psicopedagogos e médicos.
Maria Cristina afirma que os pais devem verificar o nível de conhecimento da direção e dos professores da escola acerca do TDAH. Se houver desconhecimento, os responsáveis devem conversar com o corpo docente para ver se este está disposto a aprender e a auxiliar o estudante de maneira adequada.
Para a pedagoga, se a resposta for negativa, é melhor nem arriscar. A especialista ainda explica que a melhor escola para uma criança com a síndrome é aquela que busca desenvolver o potencial específico de cada um, reforçando os pontos fortes e superando os pontos fracos.

Matéria do site “Todos Pela Educação”.
De 11 de novembro de 2011.

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